A Prefeitura de Campinas vai reservar uma área de 23 milhões de metros quadrados (m²) para abrigar empresas do setor de ciência, tecnologia e inovação em Campinas. A nova área irá mais que dobrar o espaço existente hoje na cidade, ocupados pelos parques tecnológicos da Unicamp, Techno Park, Polis, CTI-Tec e os polos Ciatec 1 e 2, que somam de 9,68 milhões de m². Técnicos das pastas de desenvolvimento econômico e planejamento estão trabalhando na definição das regras de ocupação dessa área e que serão incluídas no novo Plano Diretor de Campinas. As terras margeiam a Rodovia Adhemar de Barros e ficam entre o Ciatec 2 e o posto do pedágio da rodovia.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse que o credenciamento pelo governo do Estado dos atuais parques no Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec) e a legislação municipal de incentivos fiscais ampliam a capacidade de Campinas na atração de investimentos empresariais que atuam com ciência, tecnologia e inovação. “Hoje já temos dificuldades em apontar áreas aos empresários dentro dos parques existentes e precisamos ampliar as possibilidades”, afirmou.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Samuel Rossilho, Campinas já vive pressão por novas áreas. Ele citou o exemplo da empresa de computação em nuvem TechxAct, que anunciou, no mês passado, seu plano de investir R$ 7,1 bilhões em Campinas na implantação de centrais de processamento que armazenarão dados de empresas e governos internacionais, sendo que os primeiros serão de países do Oriente Médio. A empresa busca uma área de 5 milhões de m², inexistente nos atuais parques e polos de tecnologia da cidade.
O Ciatec 2 já está se esgotando — dos 8 milhões de m², 3 milhões estão ocupados com 36 empresas. Dos 4 milhões restantes, a maior parte, 3 milhões, são áreas de preservação permanente (APP) e áreas verdes, que não podem ser utilizadas. A nova área será uma extensão do Ciatec 2 que passará, então, a ocupar 31 milhões de m². As terras são de vários proprietários e a função da Prefeitura será a de definir o zoneamento e parcelamento das glebas e facilitar a negociação de compra e venda entre empresas e proprietários.
A definição por aquelas terras, explicou Rossilho, levou em consideração a facilidade de fornecimento de energia e possibilidade de fornecimento de água de reúso (duas das preocupações dos setores que atuam com datacenter), além de conexão com gás e principalmente por estar próxima a universidades e institutos de pesquisa.
“As áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação são as vocações de Campinas, estão no DNA da cidade e não podemos perder de vista esse horizonte”, disse Jonas. Segundo o prefeito, a legislação de Campinas é uma das melhores do País para atração de investimentos — no ano passado, a Administração reduziu a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% e deu isenção de IPTU, para empresas de base tecnológica de várias áreas, incluindo as startups, que são empresas nascentes que possuem projetos inovadores, e a empresas consolidadas, inclusive as 1,2 mil empresas que já estão instaladas na cidade.
Campinas, conforme levantamento da Fundação Seade divulgado na edição desta quarta-feira (3) do Correio, foi o destino de 81,5% dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação anunciados em 2014. A cidade ficou com US$ 517,8 milhões (R$ 2,06 bilhões) dos US$ 635,2 milhões destinados ao Estado, um crescimento quase quatro vezes maior em relação a 2013, quando a RMC ficou com US$ 142,7 milhões. “Precisamos garantir áreas para esses e outros investimentos que virão”, afirmou o prefeito.
SAIBA MAIS
CTI-Tec
Está sendo construído no Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, na Rodovia D. Pedro, e será especializado em tecnologia da informação. Serão cinco novos edifícios para abrigar até 16 empresas e uma encubadora
Único parque privado da cidade, está instalado em uma área de 524 mi de m² na Rodovia Anhanguera e abriga 66 empresas que atuam em diversos segmentos, tais como telecomunicações, tecnologia da informação, processamento de dados, outsource, biotecnologia..
Começou a ser implantado em 2011 no campus da universidade, com obras que irão abrigar o centro administrativo e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Unicamp (Incamp). Essas duas unidades são parte de um conjunto de edificações previsto para abrigar laboratórios e centro de pesquisas de empresas
Instalado no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD), na Rodovia D. Pedro. Atualmente 19 empresas estão sediadas na unidade e todas atuam na área de tecnologia da informação (TI). O Polis planeja ampliar a área para receber pelo menos mais cinco empresas
Polo de empresas de base tecnológicas instalado às
margens da Rodovia D. Pedro I, tem 750 mil metros quadrados de área, mas apenas 30% está ocupadaa
Polo de empresas de base tecnológica, ocupa área de 8,5 milhões de m<MD+>2, situado junto à rodovia que liga a cidade de Mogi Mirim a Campinas. Abriga 36 empresas
COMENTE ABAIXO
COMENTE ABAIXO
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade dos usuários e não representam a opinião do site.